![]() As vias principais da zona Nordeste encontram-se sempre no congestionamento de trânsito durante as horas de ponta |
![]() 65% dos moradores da zona Nordeste não têm veículo motorizado ou têm apenas um motociclo e “pessoas sem veículo próprio” são concentradas no complexo central da zona habitacional |
![]() Os moradores da zona Nordeste e trabalhadores não residentes têm grande necessidade de deslocação para outras zonas, o que traz forte pressão aos meios de transportes públicos |
![]() Previsão sobre proporção e distribuição da utilização dos diferentes veículos motorizados por parte da população da zona Nordeste para efeitos de deslocação(2021 /2022) |
O trânsito rodoviário de Macau está a fazer face ao grande desafio, uma vez que, por um lado, o número dos veículos motorizados já ultrapassou 230 mil, cujo aumento tem agravado a situação de congestionamento de trânsito; por outro lado, tem se registado um crescimento nas necessidades dos cidadãos sobre o serviço de transportes públicos, sendo crescido o número de passageiros, de cerca de 370 mil por dia em 2011, para cerca de 500 mil neste momento. Dado que a capacidade de carga de autocarros está já quase saturada nas horas de ponta, a população têm geralmente a dificuldade de acesso a autocarros, designadamente na zona Nordeste da Península de Macau de alta densidade populacional, esta situação fica ainda mais grave.
Devido à grande quantidade de deslocação para outras zonas pelos moradores da zona Nordeste, o congestionamento de trânsito e a dificuldade de acesso aos transportes públicos estão por resolver
Conforma os dados dos Censos 2011, a zona Nordeste é uma zona residencial de alta densidade porque a sua população já ultrapassou 140 mil, ou seja, cerca de um quarto da população de Macau. De cerca de 90 mil da população empregada daquela zona, mais de metade trabalha nos sectores de jogos e hotéis, comércio por grosso e a retalho, e construção civil, sendo que muitas pessoas precisam de ir diariamente à Praia Grande, à Zona Nova de Aterros do Porto Exterior ou ao Cotai. Deste modo, a grande quantidade de deslocação para outras zonas originou no congestionamento de trânsito regular nas vias principais da zona Nordeste durante as horas de ponta.
No que toca aos veículos motorizados, mais de 65 % dos moradores da zona Nordeste não têm veículo motorizado ou têm apenas um motociclo. As pessoas sem veículo próprio e trabalhadores não residentes que entram diariamente em Macau pelo posto fronteiriço das Portas do Cerco dependem muito dos meios de transportes públicos para ida ao trabalho, pelo que muitos moradores da zona Nordeste têm que enfrentar todos os dias a dificuldade em viajar de autocarro. Devido ao crescimento contínuo da população da zona em questão, e à conclusão dos projectos da infra-estrutura, tais como o Novo Posto Transfronteiriço entre Guangdong e Macau e a Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, será causada eventualmente a grande pressão ao trânsito; por outro lado, dado que no futuro os projectos de turismo e entretenimento de grande escala em Cotai vão oferecer muitos postos de trabalho, aumentar-se-ão necessidades da mobilidade para outras zonas, o que constituirá desafios quer para o trânsito rodoviário, quer para o serviço de transportes públicos.
As diferentes soluções têm a própria taxa de comparticipação de transportes públicos
O Segmento Norte da Linha da Península de Macau é um troço importante para ligar à zona Nordeste. Além de compartilhar eficientemente as necessidades das pessoas, que entram diariamente pelas Portas do Cerco, em relação à mobilidade de transportes públicos, o mesmo será um meio importante para os moradores da zona Nordeste chegarem às outras zonas. Olhando para esses três traçados propostos do Segmento Norte, devido à diferente localização das estações, o número da população captado pelo serviço também é diferente, sendo por isso provocadas várias alterações para o trânsito da zona Nordeste.
Através do modelo de análise dos transportes, é previsto que entre 2021 e 2022, haverá quase 30 mil pessoas por hora a utilizar veículo motorizado nas horas de ponta para ida aos outros bairros. Das quais, cerca de 60% das pessoas vão recorrer aos meios de transportes públicos (Metro Ligeiro e autocarros). Entretanto, quantas pessoas vão utilizar o Metro Ligeiro?
O Governo encarregou à entidade académica para desenvolver o estudo sobre a forma de deslocação dos cidadãos de Macau, no qual é referido que a maior parte dos cidadãos vão andar de pé às estações do Metro Ligeiro, sendo cerca de 7 minutos o tempo máximo de deslocação pedonal aceite pelos cidadãos. Quanto mais curto for o tempo de deslocação pedonal, mais acessível é a estação e quanto maior o número dos moradores a utilizar o Metro Ligeiro, mais desenvolvida a eficiência do Metro Ligeiro.
Quanto aos três traçados propostos actuais do Segmento Norte, a diferente localização das estações tem a própria área de cobertura, sendo necessários 2 a 14 minutos para chegar às estações dos traçados a partir do complexo central da zona habitacional Nordeste; a taxa de comparticipação das três soluções sobre as necessidades de transportes públicos variou entre 21 % e 36 %; Assim sendo, devido à comparticipação pelo Metro Ligeiro das necessidades de deslocação, está prevista, nas horas de ponta, uma redução por hora de cerca de 2000 veículos particulares e 140 autocarros.
Quanto mais pessoas utilizem o Metro Ligeiro, melhor a situação geral de trânsito fica
Face ao problema de trânsito que fica cada vez mais grava, o Governo elaborou a estratégia de desenvolvimento da “Primazia dos Transportes Públicos”, procurando tornar o Sistema de Metro Ligeiro num meio principal e integrar autocarros, táxis e sistema pedonal para criar uma rede de transportes públicos complementar e interligada sem obstáculos. Além disso, pretende atrair mais pessoas a utilizar os meios de transportes públicos, e prosseguir a optimização do ambiente geral de mobilidade.
Uma vez que o Metro Ligeiro possui a via própria, a sua operação não afectará o trânsito rodoviário, nem será afectada pelo mesmo, sendo assim oferecido aos cidadãos um serviço de transportes públicos acessível e pontual. No futuro, quando se deslocar, através do Metro Ligeiro, da Areia Preta para Praia Grande nas horas de ponta, a soma dos tempos de espera e de percurso é cerca de 15 minutos, para Barra cerca de 18 minutos. Entretanto, em comparação com a mobilidade por meio de autocarros, é necessário em média cerca de 30 a 50 minutos para esperar e apanhar autocarro. Neste contexto, haverá uma redução óbvia no tempo de deslocação; o serviço pontual e fiável permite aos cidadãos dominar bem o tempo de mobilidade.
Em termos da eficiência de trânsito global, quanto mais necessidades de deslocação de transportes públicos forem compartilhadas pelo Metro Ligeiro, maior será o espaço para optimização e integração dos outros serviços de transportes públicos, o que favorece aliviar o congestionamento rodoviário, aumentar a fluidez na circulação e diminuir a emissão de gases por escape de veículos. A longo prazo, isto consegue atrair mais cidadãos a deixar ou reduzir a utilização de veículos particulares, no sentido de criar um ciclo virtuoso; em contrário, se a proporção da utilização do Metro Ligeiro seja relativamente baixa, será preciso provavelmente aumentar as frequências de autocarros. Ao mesmo tempo, enquanto os cidadãos continuem a utilizar os veículos particulares para satisfazer as suas necessidades de deslocação, será limitado o melhoramento do trânsito rodoviário.
O Sistema de Metro Ligeiro servirá futuramente de um meio principal dos transportes terrestres, por isso, a escolha do seu traçado tem muito a ver com a optimização da situação geral de trânsito. Atrair a utilização dos cidadãos, compartilhar de forma racional os trabalhos com outros meios de transportes públicos e reduzir o número dos veículos particulares são as missões caídas ao Metro Ligeiro. Em consequência, caso o Metro Ligeiro desenvolva bem as suas funções, as instalações e estratégias ligadas de modo complementar ao Metro Ligeiro podem ser concretizadas, sendo trazidos efeitos positivos não só à deslocação dos cidadãos, como também à sua vida quotidiana.